Era uma vez uma menina que adorava chegar da escola e ir direto para a cozinha, xeretar o que havia nas panelas.
Ela vem de uma mistura explosiva de italianos, espanhóis e portugueses.
A Nona era responsável pelo capeletti in brodo, os ovos recheados, o frango verde com alcaparras, entre outras delícias.
A avó Marita era famosa pelo seus cuzcuz e empadinha de camarão, imbatíveis. Seus doces também faziam muito sucesso. Tinha o papo de anjo, a cocada mole, o arroz doce, e no Natal, a famosa rabanada.
Aos catorze anos conheci meu futuro marido Dani, de família judaica, provenientes da Lituânia e Polônia. Aprendi a cozinhar vareniques, kneidalle, gefilte fish, arengue com creme de leite, saladinha de ovos com cebola, a até a famosa chalá (fala-se ralá), aprendi a fazer. Nesta culinária tudo tem uma simbologia e sentar à mesa, todos juntos, faz parte do cotidiano, unidos pelo sabor e o amor.
Aos vinte, já casada. Aos vinte e três, mãe da Marina. Mais dois anos e oito meses, a Bia. Quando elas nasceram, eu fazia questão de preparar suas papinhas e sopinhas, todos os dias. Deu trabalho, mas não me arrependo, pois formei o paladar delas. Provam tudo, criticam, apreciam, reclamam...
Hoje, muitas vezes são elas que pilotam o fogão, e eu só dou algumas dicas, mas o mais gostoso é quando a familia toda se reune para cozinhar, conversar, provar, sempre com aquele calor do forno e dos aromas que escapam das panelas.
Por causa das festas das meninas, acabei me especializando na arte da modelagem em pasta americana. O desafio aqui é aliar beleza e sabor em meus bolos, cupcakes, muffins, biscoitos e outras delícias.
Ainda sentia a falta do aprendizado de novas técnicas, conclui o curso de gastronomia da Anhembi Morumbi. Foi um período muito bom, onde aprendi muito com meus queridos professores.
Este é um pedacinho da minha história...
Que honra ter participado de grande parte desta história...
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